Pássaro, meu lindo pássaro, hoje não
resisti e lhe procurei em minhas lembranças para lhe ver brincar,
estava tão belo cantando para mim que imaginei porque lhe deixei
numa gaiola tão frágil, eu sei, eu sei, não gostei do que imaginei
também, e me puni por isso, não se deve prender, foi bom ela ter
quebrado, e foi bom – pra você – não ter voltado, vai saber o
que eu poderia ter feito.
Hoje me fizeram imaginar uma vida
diferente, algum lugar onde não há você ou ninguém que se pareça
com você, eu consegui imaginar, mas tudo parecia cinza, como antes
de eu lhe conhecer. Hoje ainda vejo as cores, e elas me punem por
você não está aqui para apreciá-las, mas eu não ligo pra elas,
são só cores, não é?
Hoje, meu pássaro, vi você de longe,
estava ótimo, mas resolvi não ver, como observador poeta só pude
lhe ver e fantasiar sobre o quão belo está. Sim, eu pararei de lhe
procurar, meu egoísmo vai ser contido, eu espero.
Eu espero…
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