Silêncio. Silêncio. Nem o piar dos
pássaros a se ouvir, nem o riso infantil, lá fora apenas o puro
silêncio.
Nada do bater das patas dos cães pelo
asfalto, sem o som das buzinas dos apressados carros indo não se
sabe onde para não se sabe oquê.
Sem as vozes fofoqueiras a denegrir
mais um por aí, sem o chacoalhar das folhas contra o vento, e nem o
assobio do próprio vento.
Apenas o mais puro silêncio a se
comprimir em seus ouvidos a lhe dizer sem voz “você está
sozinho.”
Por dentro da mente há o incessante
barulho para compensar a ausência lá fora, mas não adianta, não
importa o quanto grite o silêncio vai lhe consumir
Bem
Aos
Poucos...
E não há nada a se fazer, não há
ninguém para lhe salvar ou ser salvo, não há quem xingar, não há
ninguém para brigar, ninguém para culpar há não ser a si mesmo.
Agora tudo se foi, sem o piar, sem os
risos, sem as patas, nem as buzinas, se foram os carros e as
vizinhas, o vento não mais existe.
Apenas você.
Mas não por mais tempo, você está
sumindo, o nada a lhe consumir aos poucos, a lhe enlouquecer,
denegrir, enraivecer, cortar, fazer-lhe chorar, está tudo indo e
logo você fará parte.
Do mais puro... Silêncio.
Shhhh....
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