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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Oca.

Meu sono, meu sonho, meu mundo, é vazio, frio, oco.
Meus sentimentos se foram com a morte de minhas esperanças.
Desespero e medo, antes tão presentes, se aquietaram, agora quase como companheiros, aguardam comigo a morte chegar.
E esta, a morte, nem a má sorte me traz, a quem tanto peço, imploro, rezo. Anseio pela morte tanto quanto outros anseiam pela bela vida. Que agora não me é tão bela, nem mais tão colorida.
Como em uma TV vejo minha própria vida passar e eu não me movo, apenas sigo, automaticamente, o que o destino me traz, me sinto anestesiada, não sinto nada, e sofrer seria melhor, muito melhor, que nada sentir, estou oca, apenas casca, sem vontades ou desejos, sem respostas ou perguntas.
Não culpo o passado, nem o nego, não acredito ter tido poucos momentos bons, e nem que todos os ruins foram os culpados. A culpa foi apenas minha, por ter deixado, por não ter aguardado, e agora, sem remorso ou motivação, pinto folhas e mais folhas, apenas para me manter sã, para sobreviver e apenas existir.

Hoje e sempre, apenas casca.  

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