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sábado, 7 de setembro de 2013

52

Me sinto sufocada em uma sala sem portas nem janelas, o ar sumindo aos poucos, trancafiada neste horrível recinto com paredes ásperas e chão frio, divago sobre tudo que sei. Sei que estou condenada a morrer nesta fria sala sozinha.
 Minha garganta ainda dói de tanto ter gritado por uma ajuda que nunca veio, e meus punhos ardem e sangram de tanto ter batido nas paredes, meus olhos ainda ardem do choro inútil. Está escuro, não sei se estou de olhos fechados ou não, nem quanto tempo estou aqui, minha boca rachada implora por uma gota d’água e meu corpo por um local confortável.
 Sinto estar enlouquecendo aos poucos, numa tentativa frustrada me levanto e começo a rodear as paredes novamente, mesmo sabendo que não a saída, começo então a cantarolar um som antigo e que lembro vagamente, não me recordo da onde, mas é reconfortante.
 Volto a deitar no chão, no grande silêncio da sala o baixo cantarolar rebate nas paredes e parece alto demais, a música me foge da mente e não sei mais o que fazer, o silêncio opressor me envolve, e a escuridão parece palpável, o medo foi embora e deu lugar à aceitação da morte.

 O ar finalmente acaba, não há mais o que fazer, não há mais lágrimas a serem derramadas, e sozinha na sala escura, finalmente faleço.

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