Hoje, fiquei a fitar uma página em branco por alguns
minutos, imaginando o que poderia se esconder ali algum dia, monstros marinhos,
fadas e animais fantásticos? ou seres assustadores e medonhos?
Um amor perdido, ou
não correspondido. Uma carta de adeus, uma carta de reencontro, talvez só um
olá.
Um amor a nascer de
modo bonito, um a se reencontrar e redescobrir de modo faceiro, algum
tristemente a se perder e acabar, ou alguém a morrer ou chorar.
Talvez só se escondam
sentimentos de alguém que não é escritor, apenas sofredor, desejando arrancar a
dor de teu peito através da ponta do lápis com as lágrimas a se fazer de tinta.
Alguém feliz a contar
como foi bom seu dia, mês, ano, última hora, último minuto quem sabe? ou em
contrapartida alguém a dar seu adeus em seus poucos minutos de vida, que lhe
será tirada ou que irá tirar de si?
Talvez seja o desenho
de uma criança que feliz pega um lápis qualquer e desenha sua família e amigos,
ou um estudante aborrecido a fazer sua lição, quem sabe um escritor que faz ali
seus rabiscos que se tornaram um livro famoso? ou só ficará guardado sem
ninguém mais o ver.
Páginas em branco tão
quietas em seu canto, esperando e esperando o momento em que alguém lhe dará um
pouco de vida e passará para ela o que deseja, precisa, sente, aborrece,
alegra, muda, ajuda, piora, enrola, tudo que desejar.
E agora, esta página, não mais em branco, está a passar tudo
que penso, imagino, desejo, sinto e aborreço. Agradeço por ter tais páginas em
branco aqui para poder encher de vida e sonhos.
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